sábado, 23 de junho de 2012

Como ler "Parabolize" (dema)

“Caso a malícia apareça em colete de cordeiro no discurso que te enviam”.

O texto “Parabolize” é, na verdade, uma parábola, que precisa ser lida no contexto do pensamento hobbesiano, “o homem é o lobo do próprio homem”, para se captar seu significado maior. O ser humano vê-se corroído pelo egoísmo, pela inveja, chegando a se deprimir com o sucesso alheio. Quer para si a fama de seus pares e que, para eles, ela se definhe. Vivendo em sociedade, no entanto, quando em vez, obriga-se, o invejoso, a tecer encômio ao seu colega, mas o faz inserindo código malicioso na mensagem que lho endereça. O substrato dessa mensagem é, de fato, o protesto pela queda deste. Eis que, então, “Parabolize” expressa os modos como a mensagem pode ser vista pelo destinatário, utilizando-se dos óculos como ferramenta. Óculos prestam-se a melhorar a visão, no caso, a percepção. Se as lentes são claras, a mensagem verdadeira, do desejo de mal, de destruição, de queda, é percebida imediatamente, como um vírus de computador detectado pelo antivírus. Isso se dá de forma tão abrupta e estúpida que fere profundamente o receptor. Melhor, talvez, trocá-las por lentes escuras. A mensagem real será captada, mas de forma atenuada, abrandada, malfazendo menos o destinatário. Todavia, é interessante que se tenham dois pares de óculos, um com lentes claras e outro com elas escuras, pois se possibilitará ao destinatário utilizar-se de qualquer deles a seu arbítrio. E por que não abolir qualquer espécie de óculos? Isso levaria o receptor a não enxergar a verdadeira mensagem do elogio, absorvendo-a pra deleite e inflação de seu ego, no entanto, equivocadamente. A abolição dos óculos não permitirá a decodificação da parábola e essa decodificação é prazerosa. Quanto à expressão “Vale!”, trata-se apenas de um verbete latino empregado para se dizer “adeus, passar bem!”

Veja, pois, clicando em
                                         "Parabolize"

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