quarta-feira, 11 de maio de 2016

Terra arrasada


dema

Meus olhos voltados pro Oriente
põem-me a meditar muito triste;
estariam os homens dementes
ou a barbárie realmente existe(?)

Rolam cabeças de tanta gente;
foi Lúcifer ou Hades que o quis?
Há de ser ente humano inclemente
com a toga de um falso juiz.

Qual crença tola, assaz assassina,
que empunha o sabre pra vil chacina?
Não seria, por certo, em Alah,
deus nenhum determina matar.

Quem os infiéis, quem os  apóstatas,
quem? Quem o verdadeiro Abdaláh?
Pelo que bem vês e então constatas,
alguém precisa vir  explicar.

Ante nós cruel carnificina,
não se sabe quem obstá-la possa.
Quantos deixados à própria sina,
à morte entregues sob vista grossa!

Aos céus ascendem almas mirins,
almas de mulheres e de idosos,
vestindo o pó dos escombros novos
do que o bombardeio ora pôs fim.

Terra arrasada, chão cadavérico,
do sangue podre por ódio ingente,
que clama aos deuses, no agir colérico,
vingar a morte dos inocentes.

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