sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Às dezesseis e trinta...

dema

Um gosto amargo lhe saliva a boca,
vida passiva, vida oca.
Brota um cético querer,
mais não-querer do que querer,
porque opaco, nebuloso,
sem o verde das campinas de límpido céu,
da cor das nuvens-chumbo em dia chuvoso;
um querer a flor de vinte e dois, (─  Que mel!)
no máximo de trinta, mas... e depois?
Corpo sem papo,
sem garantia de amanhã.
Sexo por sexo,
ação covarde,
imagem malsã.
Cada cabeça com sua idade.
Sem chiclete, sem chocolate?
─ Tio, se manca ou vai dar BO.
─ Fique só, que sou da noite,
da madrugada.
─ Não sirvo a ser sua amada.
Fumo vagante, a ideia passa,
corvo a planar
vê que a corsa salta,
sonha-a carcaça.
Ante mental espelho se reconhece,
foi-se o tempo de festa,
de quermesse.
Longe a juventude e o descompromisso,
nada promíscuo.
Reabre o livro,
cobre o bocejo,
retoma a história de um cortejo
e se embebeda na solidão.

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