sábado, 26 de outubro de 2013

Prenúncio de açoite

dema

A tarde cai,
pássaros chilreiam.
Talvez se ajustem para o pouso,
quiçá para o lanche vesperal.
O sol se despede quente,
dourado e grande.
Tenta esquivar-se das nuvens tontas.
Amanhã será um novo dia,
a alma diferente,
sábado, dia de descanso,
ante dies Domini,
Dominus Deus Sabaoth,
Senhor do Universo,
da matéria e tudo mais nele imerso.
A cigarra ainda canta,
som estridente se agiganta,
pra morrer pelo abdômen,
não pela garganta.
Chama chuva,
chuva tanta.
Mentira, coisa popular,
dito de caipira.
Quer é machiar,
tomara noite de luar.
E os sonhos se achegam,
como se noite fosse
e eu inda acordado,
no aguardo ansioso
do beijo predegustado,
do afago terno,
do estar ao seu lado.
E a noite chega
Para um novo açoite.

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